segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O CULTO À VIRGEM MARIA E AOS SANTOS

(originalmente publicada na edição de novembro/2009 do Informativo Anunciando)

O culto mariano existe desde os primórdios da Igreja. Aliás, na própria Bíblia encontramos indícios da veneração à Virgem como quando uma mulher do meio da multidão ergue a voz para proclamar um elogio à Mãe de Jesus: “Bem aventurado as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!” E Jesus responde: “Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11,27-28), ou seja, Cristo proclama sua mãe como duplamente bem-aventurada, pois além de gerá-lo ainda observa a Palavra. O louvor pronunciado pela mulher é repetição do louvor proclamado inicialmente por Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42). O culto de veneração à Maria ganha força, sobretudo, após a definição do dogma da sua maternidade divina pelo Concílio de Éfeso (431). A partir daí, ao longo dos séculos, os títulos relacionados à Maria, as suas festas litúrgicas e as expressões da piedade popular a seu respeito foram se multiplicando. Outros dogmas foram proclamados posteriormente, a saber: Virgindade Perpétua (Concílio de Latrão, em 649), Imaculada Conceição (Papa Pio IX, em 1854) e Assunção de Maria (Pio XII, em 1950).

Da mesma forma, o culto aos santos também remonta ao início da era cristã. O sentido de tamanha veneração está no exemplo que estes homens e mulheres constituem, vivendo a sua humanidade abraçados à causa do Evangelho, do serviço e da doação. Tamanha graça de Deus numa vida eternizada em sua glória, donde podem interceder por nós junto de Cristo (cf. Mt 22,30 e Ap 6,9s).

Profundamente enraizada na tradição cristã, esta devoção sempre mereceu os cuidados da Igreja em não permitir que o culto mariano (hiperdulia), bem como o culto aos anjos e santos (dulia) ultrapassasse os limites, a ponto de se confundir com o culto prestado exclusivamente a Deus (latria). Interessante destacar as três modalidades de culto praticadas pela Santa Igreja: a dulia, a hiperdulia e a latria. De origem grega significam, respectivamente, honra, [culto] acima da honra (sem caracterizar adoração) e adoração. Portanto, não existe adoração a santos ou imagens, mas sim um culto de veneração, cujos exemplos são dignos de serem seguidos por quem também deseja alcançar a santidade em Deus.

Santos e Santas de Deus, roguem por nós!

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